terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Contra moinhos de vento... Marchar... Marchar...

Pode parecer cliché mas chegamos a um certa altura da vida que por mais que se olhe em volta não há ninguém... interessante...

É nesta altura que surge a famosa questão: "o problema sou eu ou são os outros?".
Uma vez que a questão é colocada a nós próprios, nunca vamos conseguir uma resposta totalmente imparcial.
Será que vamos andar com esta incerteza até acabarmos como uns solteirões incorrigíveis?

Muitos insistem que é uma questão de parâmetros: com a idade perdemos a paciência para lidar com algumas características menos simpáticas das outras pessoas, por isso, colocamos uma data de pré-requisitos, primeiro que alguém cumpra todos os parâmetros...

Outros dizem que é como chegar às lojas no fim dos saldos, só sobram os artigos que ninguém quer, as peças com defeito ou os tamanhos que ninguém usa...

Há quem diga que "ficamos escaldados", desconfiamos tanto das outras pessoas que eventualmente elas acabam por nos fazer o favor de cumprirem a nossa expectativa.

Provavelmente até é uma mistura de todas... Bom, se assim for, a esperança cada vez é menor...

Então o que fazer?
Cruzar os braços e desistir?
Ir à luta tipo Dom Quixote contra moinhos de vento?


Acho que no outro dia dei um dos piores conselhos a um amigo meu. Ele estava a questionar-se se devia ou não avançar porque estava com medo de sofrer. A minha resposta foi "uma coisa está garantida, sofrer vais de certeza, agora pode ser daqui a uma semana ou daqui a 10 anos"...
Independentemente se for verdade ou não... mordi a língua, tinha prometido a mim mesma que nunca seria uma mulher amargurada e "plim" aqui estava eu... no pico do meu azedume...

Como vim aqui parar? Onde é que deixei a esperança? Esquecida num bar qualquer ou numa sala de cinema?
Nem dei por nada... Será que alguma vez vou recuperar a esperança nos primeiros encontros? Nos primeiros jogos de olhares? No trocar os números de telefone (ou para ser mais moderna, nos users do facebook)? Ou vou ficar desencantada até ao final dos meus dias?

Chega a uma idade em que todos já sofremos e já nos levantámos... Então não devíamos ter aprendido que recuperamos sempre?... Porque é que não ganhamos resistência também a sofrer por amor? Porque é que ainda nos assusta? E porque raio é que continuamos a pensar que o mundo vai acabar quando estamos a sofrer por amor se já sabemos que o mundo continua sempre?

Sou mulher, tenho espírito de sacrifício para dar e vender... portanto está na hora de pegar na lança e investir contra moinhos de ventos... mas desta vez uso armadura...

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Celebrar o dia dos namorados dá azar!

É pá, se eu fosse o santo António palavra que estava fulo da vida!

Durante décadas, o santo António foi o santo casamenteiro dos portugueses e agora toda a gente anda histérica a fazer honras ao S. Valentim? (que ainda por cima é um santo estrangeiro)

E como é que as pessoas são capazes de celebrar as relações que tem por base uma história de traição? É claro que este dia é um dia de mau augúrio.

Por favor preste atenção: o melhor é manter-se bem longe desta guerra divina!!


Entre santos em guerra não convém tomar partidos... Eu que o diga, penso que o facto dos meus pais se terem conhecido na noite de santo António, condenou-me geneticamente a uma vida sentimental turbulenta...

Celebrar o dia de S. Valentim dá azar e pode desencadear a ira de Santo António!!

Portanto, a postura correcta para passar este azarado dia deve ser:

1. nem pensar em ver a cara metade neste dia!
2. jantar em casa e de preferência restos! (não vão os santos interpretar o repasto como uma comemoração de qualquer coisa)
3. se lhe oferecerem flores ou chocolates cuspa no chão e enfie um par de lambadas (não, não é a dança) no/a atrevido/a
4. afastar-se o máximo possível de símbolos com corações e cupidos
5. qualquer mostra de romantismo deve ser encarada como uma afronta (e deve-se responder à altura)

Boa sorte para sobreviver a este dia!! Afinal, são só 24h de sacrifício...

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Afinal os homens são todos gays??

 Fico sempre estupefacta quanto oiço aquela ladainha de homens (ditos) heterossexuais: "não tenho nada contra gays mas ai deles que se atirem a mim!".
Este tipo de frases sai sempre da boca dos famosos "machos".

Será que isto no fundo não é medo escondido qualquer?
Terão estes "machos" um armário maior que os outros?

O que é que pode acontecer se um gay se insinuar a eles?
Terem de dizer que não? É um sacrifício assim tão grande?

... e depois há aqueles que não se contém e que se tornam violentos.
Estão a lutar contra quem? Contra eles próprios?


Não há muitos registos de homens homossexuais que violam heterossexuais, não me parece que seja um acidente assim tão frequente. Nem algo que deve ser necessário ter muito em conta.

Já viram se as mulheres deixassem de sair á rua sempre que houvesse o risco de alguém que não lhes interessa se metesse com elas? Nem ao supermercado podíamos ir...

Como mulher estou habituada a pessoas que me dizem nada se tentem insinuar... sinceramente dizem-me coisas que faziam corar as pedras da calçada e eu limito-me a afastar e esquecer.

Curiosamente, a maior parte dos homens que dizem os impropérios são esta espécie de machos. Portanto, eles podem chatear todos e mais alguns mas se for com eles o caso muda de figura...

Só há duas hipóteses, ou não estão habituados a ser assediados em geral, portanto não sabem lá muito bem dizer não... Ou no fundo queriam dizer sim mas falta-lhes a coragem...
Ambas fazem com que devessem esconder este tipo de comportamento em vez de assumi-lo.

A todos os homens que padecem do mesmo mal: gostava que fossem mulheres por dia...

Please boys, façam lá feng shui no vosso armário e vejam lá se não têm nada escondido...

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Lost in translation

Já falámos e divagámos milhares de vezes sobre aspectos relacionais que correm menos bem, mas há um assunto particularmente delicado...

Não sei comprovar aquela coisa que os homens são de Marte e as mulheres são de Vénus mas uma coisa quase todos podemos comprovar... às vezes falamos linguagens diferentes.
Todos os tipos de linguagem tanto a verbal como a não verbal.

Não estou a falar no diálogo durante o relacionamento, ou dos homens conseguirem com maior ou menor mestria decifrar as mensagens subliminares das mulheres... não... Estou muito atrás, estou antes do relacionamento propriamente dito.

Gosto de socializar, considero-me uma rapariga, digamos... simpática e extrovertida. Relaciono-me de igual modo com homens e com mulheres... Bom, podem imaginar as dores de cabeça que isto já me deu.

Parece que no ritual do acasalamento o mínimo sinal é visto como uma luz verde para avançar ou pelo menos como um sinal que vale a pena avançar.

Talvez os homens estejam desesperados e interpretem qualquer sinal como um "sim".

Talvez não estejam habituados a que sejamos simpáticas com eles, ou gostem secretamente de ser tratados ao pontapé, e se agimos de maneira diferente é porque temos de ter "qualquer uma na manga".

Onde está o risco que divide o legítimo gosto de conhecer uma pessoa do mostrar interesse pela outra pessoa?
Cada vez me apercebo que o risco está cada vez a tender mais 'pró "ela grama-me" e menos para "ela acha-me interessante".

... Mas sou eu que estou errada? Ou isto é equivalente ao teste do borrão de tinta, cada um vê aquilo que quer ver?

É assim tão incrível uma mulher ser afável quando não tem nenhum interesse amoroso num homem?
... e já agora, qual é o grau de simpatia aceitável para não ser considerado como uma "porta aberta"?

Ainda há aquele "lose lose scenario" se somos "frias" somos convencidas/parvas, se somos simpáticas somos fáceis/lerdas. Olha, venha o diabo e escolha...

... e o mais irónico é que quando estou interessada num homem (por um motivo idiota qualquer) o trato mesmo ao pontapé, portanto os que trato bem é porque foram directamente para o cesto do "amigo".

I rest my case...

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Bichinho Carpinteiro

Quando somos novos as pessoas á nossa volta dizem, até com certo orgulho, tem " bichinho carpinteiro", infelizmente, quando crescemos diagnosticam-nos ansiedade.

Para mim um "bichinho carpinteiro" era uma criatura querida, com imensas patas (para poder correr rápido de um lado para outro), com sapatos coloridos e laçarotes... Isto não sei justificar bem porquê...


Já a ansiedade não tem graça nenhuma, lembra ansiolíticos, guerra interna e comportamentos sinistros... Será na infância não adivinham o que vem aí?

Um ano depois de começar a trabalhar, numa consulta típica de medicina do trabalho, o médico disse que precisava do "comprimidos dos executivos". Não fazia a mais pálida ideia que me estava a receitar um ansiolítico. 
Sem querer entrar pela onda Baudelaire e pelos "Martírios Artificiais", a experiência é horrível... A sensação equivale a estar permanentemente em "banho-maria", deixamos de estar bem ou mal, estamos sempre assim-assim.
Qualquer pessoa que me conheça há mais de 5 minutos sabe que isto não tem nada a ver com a minha essência.
Sou passional, gosto de viver de forma passional, gosto dos "altos" e dos "baixos", não percebo a piada de me "refriar", honestamente não vejo qualquer vantagem...
Deve ser mais uma daquelas convenções sociais que para mim não faz sentido nenhum...

Contudo, não concordo muito com a máxima do James Dean: viver depressa, morrer cedo e ter um cadáver apresentável. 
Viver depressa: sempre. Em relação à morte, não quero perder muito tempo a falar nesse tema, que venha quando tiver mesmo que ser mas que seja como a vida... Rápida! O estado do cadáver também não me preocupa, não estou a contar olhar para ele mesmo...

Nunca percebi bem porque é que perdemos tanto tempo a calcular a nossa altura da morte. É um facto inevitável, estarmos constantemente a pensar que isto e aquilo aceleram ou atrasam a hora, só nos vai consumir o precioso tempo de vida!

Portanto, se me permitirem sugerir uma nova máxima: vivam depressa, não pensem na morte e andem sempre apresentáveis!

Ah!... E o "bichinho carpinteiro" é amoroso, tem várias patas com ténis coloridos, laçarotes na cabeça... Forever!