domingo, 27 de março de 2011

Queres a verdade ou algo simpático?

A maior mentira do mundo é que queremos sempre ouvir a verdade...

Há verdades que doem como espadas. Nesses casos, por mais que custe a admitir à maior parte das pessoas, ninguém quer a verdade mas sim um ponto intermédio a "verdade que queremos ouvir".

Torcemo-nos e rezamos para ouvir as melodiosas palavras de uma caridosa e simpática mentira, dita com a pompa de uma verdade.

Mais uma vez, o tom de voz conta! A maneira como a mentira nos é posta tem que ter a certeza e a determinação de uma verdade.


Para os mais crentes (ou para os optimistas), o tom de voz nem tem que ser tão certo assim, pode ser dita de qualquer maneira e a imaginação e a ingenuidade tratam de limar as arestas.

A verdade é como uma faca, não há volta a dar-lhe, agora uma mentira graciosa quase nos conforta, nos afaga os cabelos e até nos puxa o cobertor para cima nas noites de inverno.

Nestas mentiras quase podemos tirar um moral da história, da verdade só conseguimos tirar amargura.

Pondo em prática, queremos mesmo saber que o nosso parceiro deu uma facadinha?

Em público respondemos que sim sem pestanejar mas secretamente... Não é bom acreditar no romance perfeito?

E se soubermos? O que fazemos com essa informação?
Temos a verdade e...?!?! Temos direito a uma medalha de latão e a um coração em frangalhos...

Dizem que só os loucos são verdadeiramente felizes... lá está...
Para um louco, o que vale a verdade? Exactamente o mesmo que uma anedota...

... e afinal quem é mais louco? Quem se consome com entoações e pela busca da verdade mais cruel ou quem se ri disso tudo??

sábado, 19 de março de 2011

Wild thing, you make my heart sing!

O nosso fascínio pelo risco também se aplica à nossa vida amorosa.
Quantas pessoas é que ouvem dizer que preferem bad boys ou bad girls?

Temos sempre a esperança secreta que somos nós que vamos pôr a pessoa nos eixos ou que ela será bad person para outros mas para nós será um anjo.

Esta necessidade de procurar pessoas "perigosas" deve ter qualquer coisa a ver com a nossa fobia por vidas monótonas. Sabemos que ao lado destas pessoas a nossa vida vai ser uma aventura.
... ou então ainda estamos numa fase tardia da adolescência onde queremos chocar os nossos pais...

A uma bad person associamos sempre a corda bamba e todos gostamos de instabilidade na nossa vida.

No caso das mulheres, sabem sempre que ao lado de um bad boy vão ter drama... daqueles de fazer chorar as pedras da calçada.
Qualquer declaração de amor tem muito mais valor vinda de um escroque do que de uma boa pessoa. É como se fosse uma batalha ganha...


As mulheres não gostam de presas demasiado fáceis, tem que haver luta, tem que  haver conquistas e, é claro, dramalhão...

Já os homens, como é de seu hábito, associam as bad girls a... Sexo! Frenético, violento e principalmente... frequente. A sociedade amedrontou os homens com a ideia que as good girls têm dores de cabeça frequentes, logo as bad girls são a feliz excepção.

E o que acontece quando finalmente se conquistam as bad persons?
Inferno...

As mulheres queixam-se de má sorte por se terem apaixonado pela pessoa errada e passam a vida a fazer coisas lunáticas como: verificar os horários de actividades e tirar ilações sobre as horas sem justificação, inspeccionar o telemóvel à procura de nomes suspeitos, observar com cuidado as colegas de trabalho para tentar perceber até que ponto é que representam perigo, etc...

Os homens tornam-se possessivos, tentam aniquilar todos os traços de libertinagem da bad girl e percebem que no meio de tanta discussão não há tanto sexo assim...

Ambos os sexos se enganam e ambos os sexos continuam a investir no mesmo padrão, com a esperança de conseguir converter algum ou pelo menos domá-lo para si...

Resumindo, brincamos com o fogo, queimamo-nos e voltamos a colocar lá a mão...

domingo, 13 de março de 2011

I smell you

Se há uma coisa que me tira do sério é o teu cheiro.

Sei perfeitamente que não são as feromonas, é o teu eau de parfum.

Estou tentada a mandar-te um SMS a perguntar qual é a marca...
Depois, tenho a certeza, que perdia horas nas perfumarias a cheirar o frasco e a imaginar as coisas que vivemos juntos.

Mesmo quando jurei a pés juntos que te ía resistir, senti o teu cheiro e atirei as minhas intenções para a sarjeta.

O teu cheiro funciona para mim como uma espécie de botão "on". Despoleta em mim qualquer reacção química fora de controlo.

Se há quem diga que sou uma espécie de bomba-relógio com pernas, o teu cheiro é definitivamente o meu detonador... Como se precisasse de um...

Quando sai da tua boca as maiores barbaridades, uma pequena "brisa" atenua a minha vontade de te mandar pastar.

Posso tentar esquecer-te mas resistir ao teu cheiro é muito mais complicado!




Devia haver uma lei que obrigasse alguém, sempre que acaba um relacionamento, a trocar de perfume.
É injusto para o ex, sentir o odor ao tempo que passaram juntos, sem poder prolongar o aroma da relação.

Penso que resolvi o problema!

Vou comprar o teu perfume e oferecê-lo a todos os meus amigos mais chegados. Desta maneira pode ser que fique imune, logo, curada...

A chatice é que na pele deles o teu perfume cheira diferente...

Já sei! Vou mudar a alimentação dos meus amigos, assim, pode ser que a reacção química ao teu perfume seja semelhante e me liberte desta dependência olfactiva     para sempre!

terça-feira, 8 de março de 2011

É a maldita criatividade que nos lixa a cabeça...

Estou convicta, perdoem-me a certeza, que o grande problema das relações humanas é fruto da nossa criatividade. Se fossemos mais factuais e menos criativos não havia tantas separações!

Ora vejamos, ninguém se apaixona pela pessoa com que anda. Todos nos apaixonamos pela imagem que fazemos da pessoa... nunca pela pessoa real.

Portanto, a nossa criatura amada não vai fazer mais do que nos desiludir todos os dias, porque:
1. Não consegue entrar no nosso cérebro e saber exactamente aquilo que nós idealizamos para si.
2. Porque, mesmo que o conseguisse fazer, deixava de ser a pessoa real e passa a ser outra pessoa qualquer...
3. Porque as pessoas não mudam (irei explicar mais à frente)!

Creio que vivemos na evolução Darwiniana da alegoria da caverna de Platão. Ainda estamos na fase em que olhamos para as sombras projectadas na caverna, mas em vez de ver a sombra da estatueta da mula vemos um belo unicórnio.
A vida é demasiado cinzenta para vermos apenas uma mula! Precisamos de alguma magia!


É assim: vemos os nossos parceiros, no início, como criaturas mitológicas incapazes de ter quaisquer defeitos.
Quem consegue manter esta fasquia tão elevada?

Mas também gostava de colocar a seguinte questão: se víssemos os nossos parceiros tal e qual como são apaixonávamo-nos na mesma?

Incentivamos as crianças para desenvolveram a criatividade com o argumento de que é importante para a sua evolução intelectual mas será mesmo assim?
Não se deviam cingir apenas à idade dos porquês?

Aplicando esta teoria de uma forma mais avançada: será que as pessoas realmente mudam ou só muda a forma como as vemos?

Se formos consistentes, a resposta é que as pessoas não mudam, portanto, se tivéssemos visto essa criatura da forma certa não teríamos quaisquer ilusões ou desilusões.

Assim, concluo que é a criatividade que nos arruína o espírito não é propriamente o amor...

terça-feira, 1 de março de 2011

Injustiça na lei laboral!!!

Injustiça na lei laboral!!!

Para além de todos os pontos apontados pela oposição, que têm justificado toda esta roda-viva de greves, há uma injustiça que tem escapado à maioria das pessoas: a licença de matrimónio!

Não é que aqueles 15 dias não dêem jeito... o problema é que eles espelham uma necessidade ainda mais pertinente: a necessidade de existir uma licença de divórcio!

Quantas vezes não vimos colegas a tratarem outros colegas com condescedência porque, coitados, eles estão a separar-se.

Nessa fase, está mais ou menos instituído que temos direito a ter um feitio irrascível, olheiras até ao chão e (com base na gravidade da separação) hálito a álcool.

Digam lá, estas "criaturas zombies" não deviam andar por aí a fazer apenas aquilo que lhes dá na real gana?
Não era preferível dar-lhes tempo para lamberem as feridas? Gozarem uma segunda adolescência? Perderem-se na irresponsabilidade e no deboche?

Até porque passado uns tempos fartavam-se da vida desregrada e até conseguiam ver os benefícios do matrimónio (a doce e tranquila estabilidade)... assim ficavam mais mentalizados para se comprometerem de novo.

Mas não, obrigá-los a suportar a vida real com os sonos trocados e o coração desfeito, só lhes vai lembrar da conturbada época do divórcio e assustá-los com a ideia de voltar a passar por isso de novo... ou seja, vão ter muuuuuuiitas dificuldades em passar pelo altar de novo.

Menos uniões implica menos bebés. Menos bebés, a longo prazo, implica envelhecimento da população. População envelhecida implica falência na segurança social, entre outros factores de fundo!


Ok, ok, há uma crise.
Não se pode dar "timeouts" aos colaboradores a "torto e a direito" mas pelo menos deviam fazer a mesma coisa que fazem com as licenças de nascimento, opção de escolha.

No caso das licenças de nascimento, podemos escolher quem ficar com a criança em casa, repartindo ao nosso critério se fica a mãe ou com o pai.

Porque é que não podemos repartir a licença de casamento por dias após casamento e após divórcio?

P.e. quero repartir os meus dias por: 50% após o casamento e 50% após divórcio... ou só quero dias após o divórcio uma vez que estar tanto tempo com o meu marido a sós me mete os nervos em franja, etc.

Temos de... pelo menos... ter a opção!

Nada baixa mais o ambiente de trabalho de uma empresa do que a tensão que a presença de um "corno" provoca!
Isto também baixa a produtividade... portanto, a licença de divórcio vai contribuir para o aumento da produtividade do país!!

Pensem nisto e proponham a inclusão desta licença nos direitos do trabalhador (e do país)!!!