terça-feira, 8 de março de 2011

É a maldita criatividade que nos lixa a cabeça...

Estou convicta, perdoem-me a certeza, que o grande problema das relações humanas é fruto da nossa criatividade. Se fossemos mais factuais e menos criativos não havia tantas separações!

Ora vejamos, ninguém se apaixona pela pessoa com que anda. Todos nos apaixonamos pela imagem que fazemos da pessoa... nunca pela pessoa real.

Portanto, a nossa criatura amada não vai fazer mais do que nos desiludir todos os dias, porque:
1. Não consegue entrar no nosso cérebro e saber exactamente aquilo que nós idealizamos para si.
2. Porque, mesmo que o conseguisse fazer, deixava de ser a pessoa real e passa a ser outra pessoa qualquer...
3. Porque as pessoas não mudam (irei explicar mais à frente)!

Creio que vivemos na evolução Darwiniana da alegoria da caverna de Platão. Ainda estamos na fase em que olhamos para as sombras projectadas na caverna, mas em vez de ver a sombra da estatueta da mula vemos um belo unicórnio.
A vida é demasiado cinzenta para vermos apenas uma mula! Precisamos de alguma magia!


É assim: vemos os nossos parceiros, no início, como criaturas mitológicas incapazes de ter quaisquer defeitos.
Quem consegue manter esta fasquia tão elevada?

Mas também gostava de colocar a seguinte questão: se víssemos os nossos parceiros tal e qual como são apaixonávamo-nos na mesma?

Incentivamos as crianças para desenvolveram a criatividade com o argumento de que é importante para a sua evolução intelectual mas será mesmo assim?
Não se deviam cingir apenas à idade dos porquês?

Aplicando esta teoria de uma forma mais avançada: será que as pessoas realmente mudam ou só muda a forma como as vemos?

Se formos consistentes, a resposta é que as pessoas não mudam, portanto, se tivéssemos visto essa criatura da forma certa não teríamos quaisquer ilusões ou desilusões.

Assim, concluo que é a criatividade que nos arruína o espírito não é propriamente o amor...

1 comentário:

  1. Gostei do "vemos um belo unicornio!!" Por mais mulas que descubramos, estamos sempre a ver ao longe um unicornio mta lindo!

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