Ora vejamos, ninguém se apaixona pela pessoa com que anda. Todos nos apaixonamos pela imagem que fazemos da pessoa... nunca pela pessoa real.
Portanto, a nossa criatura amada não vai fazer mais do que nos desiludir todos os dias, porque:
1. Não consegue entrar no nosso cérebro e saber exactamente aquilo que nós idealizamos para si.
2. Porque, mesmo que o conseguisse fazer, deixava de ser a pessoa real e passa a ser outra pessoa qualquer...
3. Porque as pessoas não mudam (irei explicar mais à frente)!
Creio que vivemos na evolução Darwiniana da alegoria da caverna de Platão. Ainda estamos na fase em que olhamos para as sombras projectadas na caverna, mas em vez de ver a sombra da estatueta da mula vemos um belo unicórnio.
A vida é demasiado cinzenta para vermos apenas uma mula! Precisamos de alguma magia!
É assim: vemos os nossos parceiros, no início, como criaturas mitológicas incapazes de ter quaisquer defeitos.
Quem consegue manter esta fasquia tão elevada?
Mas também gostava de colocar a seguinte questão: se víssemos os nossos parceiros tal e qual como são apaixonávamo-nos na mesma?
Incentivamos as crianças para desenvolveram a criatividade com o argumento de que é importante para a sua evolução intelectual mas será mesmo assim?
Não se deviam cingir apenas à idade dos porquês?
Aplicando esta teoria de uma forma mais avançada: será que as pessoas realmente mudam ou só muda a forma como as vemos?
Se formos consistentes, a resposta é que as pessoas não mudam, portanto, se tivéssemos visto essa criatura da forma certa não teríamos quaisquer ilusões ou desilusões.
Assim, concluo que é a criatividade que nos arruína o espírito não é propriamente o amor...
Gostei do "vemos um belo unicornio!!" Por mais mulas que descubramos, estamos sempre a ver ao longe um unicornio mta lindo!
ResponderEliminar