sexta-feira, 1 de julho de 2011

Reality will kill me

Para uma romântica inveterada como eu, nada me tira mais da "onda cor-de-rosa" do que uma boa dose de realidade.

Com tanta coisa real na vida, o emprego, as contas, as hipotecas, etc. quem precisa da realidade no amor?
Passamos 8 ou mais horas com pessoas que nos calham na rifa para trabalhar mas aquela pessoa com quem consumimos a cabeça a arranjar, afinar, conquistar e manter, umas parcas 3h por dia (se tanto).

Imaginem que essas míseras 3h são perdidas com máquinas de roupa, quem vai aos correios amanhã ou quem é suposto lavar a loiça... onde fica o espaço para o romance?
No estendal, nas burocracias e na pia?

Acho preferível comerem menos vezes fora e investirem o dinheiro numa empregada doméstica.
Conselho de amiga, não é "dondoquice", é uma necessidade real para salvar a relação.

Se cada vez que estivermos com os colegas de emprego falarmos de coisas "intelectualmente estimulantes" e cada vez que estivermos com o nosso "princípe encantado" falarmos de trivialidades, porque é que não escolhemos o primeiro que nos aparece?

Tantas horas a tentar decifrar quem é o tal, tanto choro, tanta discussão e depois da conquista queimamos o tempo a atirar a relação para o plano das tarefas domésticas e para o reino das coisas sem importância.

Para mim, o momento em que metemos a chave na porta é o momento em que depositamos as armas e deixamos cair a máscara.
Longe das guerras do dia, as mulheres podem transformar-se em Vénus e os homens em Adónis.
Já imaginaram a Vénus a dizer: "querido, vais estender a roupa?" ou Adónis, na sua esplêndida forma física, a insistir que lavou a loiça ontem e que hoje é a vossa vez?


Quem prefere receber um telefonema a meio do dia para passar pela lavandaria em vez do piroso "I just call to say I love you"?

Bah para afazeres! Tenho milhares de "to do lists" para provar que sou uma mulher real, com preocupações reais. Quero (bem à moda de Marion Zimmer Bradley) encarnar a deusa e libertar o alucinante mundo da fantasia.
... que se empilhem os pratos sujos, que a roupa limpa se esgote mas que a paixão reine no sítio onde sou somente eu, sem nenhum recurso ao artifício.

@David Lachapelle


Deixem-me lá brincar outra vez, como na infância, aos castelos na minha casa... ninguém de fora vai descobrir.
Imaginem o meu gozo quando chegar ao emprego no dia seguinte e encarar os meus colegas de trabalho... posso pensar para mim "vocês não sabem mas lá em casa sou uma princesa e vivo com um príncipe! Agora voltem a teclar no vosso computador e sintam-se importantes... Ahahah".

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