terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Mentalmente subalternos

Há qualquer coisa de grandioso dentro dos portugueses. Talvez tenha ficado algum bichinho da altura dos descobrimentos.


Vemos essa grandiosidade, esse porte, quando os vemos desempenhar tarefas, segundo eles (repito, segundo eles), menores.

Uma das coisas que mais estranhamos quando visitamos um país estrangeiro é a diferença no atendimento. Isto é, excepto em países menos desenvolvidos ou conhecidos internacionalmente pela sua arrogância. Aí a diferença não é muita em relação a nós. A mesma antipatia, a mesma rispidez no trato...

Não me interpretem mal, não sou daquelas portuguesas que acham que o que é nacional é mau, pelo contrário, acho que os portugueses são dotados de características únicas que não se encontram noutros povos:

- temos uma audição selectiva, só nós conseguimos ignorar 500 "faz favor", "desculpe", etc. com alguma credibilidade. Se a pessoa em questão for um estrangeiro jurará a pés juntos que o empregado tem um grave problema auditivo. Só outro português conseguirá captar este dom!
- conseguimos passar, apenas com um olhar, uma expressão completa. Nomeadamente: "não me pagam para isto", "deve pensar que a minha vida é a sua", "tenho mais que fazer".
- criamos "pés chatos instantaneos", de repente, a velocidade de locomoção reduz-se para um terço.
- temos mais doenças incapacitantes que os outros países. O Benfica perder é uma desculpa perfeitamente plausível para não fazer nenhum o resto do dia.
- esticamos o tempo como ninguém, conseguimos gastar 12h numa tarefa que qualquer outro povo demoraria 4h.
- temos habilidade para o multitasking, conseguimos trabalhar e fazer vários telefonemas pessoais ao mesmo tempo.
- temos um azar histórico, conseguimos ter o azar de estar doentes apenas nos dias em que temos que trabalhar.

Além disso, por mais que hajam povos que nos tentem igualar, temos o nosso ar castiço que transforma tudo quase em comédia.

... Agora gostava que pensassem comigo...
Se somos "maiores" que a tarefa que desempenhamos, o que provamos quando nem essa desempenhamos como deve ser?

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