domingo, 2 de janeiro de 2011

United States of Loneliness

Quanto mais penso na solidão mas sei que não tem nada a ver com pessoas...
Normalmente pensa-se: uma pessoa sem a presença de outras está só! Na minha opinião, não há nada de mais errado...


Quantas vezes não nos aconteceu, estarmos rodeados de pessoas que apreciamos mas existe qualquer coisa que nos faz sentir sozinhos... no meu caso, com uma súbita necessidade de estar noutro sítio qualquer que não aquele...
Noutras alturas, estou em casa, tiro o som do telefone e fico deliciada em passar a noite com um livro e um pint de gelado.


Recentemente, e pela primeira vez na minha vida, estou numa casa sozinha. Em algumas noites, tenho que confessar, que senti uma solidão tão espessa que vesti o casaco e fui para a rua. Contudo, nessas alturas, mesmo que tivesse alguem ao pé de mim teria sentido a mesma angustia.
Do que me lembro, não é bem a sensação de solidão mas de sensações combinadas. Talvez solidão misturada com vulnerabilidade e uma pitada de impotência.
Há dias que só nos apetece fugir, passeamos nas ruas mas temos um pensamento secreto que as pessoas que se cruzam connosco são apenas figurantes contratados, não existem, limitam-se a passar para a frente e para trás.... pensamos que se estivessemos nus provavelmente continuariam a passear para a frente e para trás impassivelmente.


A solidão também pode ser reconfortante, quer estejamos sozinhos ou no meio na multidão, às vezes sabe bem perdermo-nos no meio do nosso cérebro. Embrulharmo-nos nas nossas emoções, misturar tudo e talvez, quem sabe, tirar fantásticas conclusões de coisas que nunca esperávamos resolver.


Penso que não vale a pena procurar a solidão entre quatro paredes, ela pode estar em qualquer lado, dentro de um quarto ou no meio de um centro comercial. 
A solidão é mais um estado psicológico do que físico. Nunca sabemos quando pode atacar, por vezes ataca em momentos completamente inesperados outras vezes fica um pouco e transforma-se, não num estado passageiro, mas numa fase...
Podemos mexer-nos à vontade, ela não depende de lugares nem de companhia...

Séneca resumiu o estado de uma forma maravilhosa: Sentir solidão não é estar só, é estar vazio. 

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